Planejamento da Copa e redução de 35% em tempo de filas nos aeroportos estão entre as principais conquistas
A implantação de um projeto de eficiência que reduziu em 35% o tempo de espera em filas nos 12 principais aeroportos do país é uma das principais conquistas da Comissão Nacional de Autoridades Aeroportuárias (Conaero), criada em 2011. Uma oficina de balanço das atividades da comissão reuniu 15 órgãos públicos e privados em Brasília nesta terça e quarta-feira (18 e 19), com a participação do ministro da Aviação Civil, Moreira Franco.
A comissão também comemorou o sucesso do planejamento para a Copa do mundo e a Copa das Confederações, que ajudou a derrubar o índice médio de atrasos nos principais aeroportos brasileiros de 20,74% em dezembro de 2010 para 6,8% durante a Copa.
O Projeto Eficiência Operacional nos Aeroportos começou em Guarulhos, Confins, Galeão e Congonhas, em 2012. Seu objetivo era implementar medidas simples e de custo baixo ou nulo que aumentassem a velocidade e a eficácia de várias atividades nos aeroportos.
No caso dos check-ins, por exemplo, foram avaliados o tempo de espera em fila e os procedimentos de movimentação do passageiro para o balcão ou os totens de autoatendimento. Já na restituição de bagagens analisou-se o descarregamento das aeronaves; a separação, o armazenamento e o transporte das malas; e o lançamento das bagagens na esteira. Na restituição, o período de medição considerou o tempo desde o calço da aeronave no pátio até a chegada da última bagagem na esteira de restituição. Desde o projeto piloto em Guarulhos, identificou-se como uma das mais importantes melhorias o aumento na integração e cooperação nas ações dos entes que atuam no aeroporto.
“Não tenho dúvida que avançamos muito. Temos uma outra face, com a melhoria do ambiente e a boa prestação de serviços dos agentes públicos e privados que dão vida a esse esforço. A pesquisa que a Secretaria de Aviação Civil patrocina percebe isso, a partir da opinião dos passageiros em 41 itens”, afirmou o ministro Moreira Franco.
Segundo ele, hoje há um cuidado cada vez maior com os passageiros. “Nisso a Conaero é importante. Precisamos começar a enfrentar a questão regulatória. O objetivo é facilitar a vida das pessoas que querem voar. A concorrência e a competição ajudam a manter bons preços e bons serviços”, definiu o ministro.
Integração
“A palavra-chave da Conaero é integração. Com o Comitê de Integração de Sistemas começamos a ter avanços importantes como a integração de dados dos órgãos públicos. A tecnologia é a chave do negócio, voltada para a melhoria dos processos e para o bom atendimento ao cidadão”, afirmou o secretário-executivo da Secretaria de Aviação Civil (SAC), Guilherme Ramalho.
Segundo Ramalho, todas as pesquisas feitas com brasileiros e turistas estrangeiros mostram que o aeroporto foi o item melhor avaliado e possivelmente o grande vencedor da Copa do Mundo. “Essa foi uma tarefa do Comitê de Operações Especiais, o que mostrou que temos condição de operar aeroportos com alta qualidade. Houve uma mudança de paradigma na operação de aeroportos”, definiu o secretário-executivo.
“A pesquisa de satisfação dos usuários começou a ser feita nos últimos dois anos, em janeiro de 2013. Ela tornou pública e começou a fomentar uma cultura de busca de excelência no setor ao dar transparência a todas as empresas e órgãos públicos que prestam serviços nos aeroportos. O levantamento dessas informações tem fomentado uma cultura de atendimento ao passageiro.”
De acordo com o secretário-executivo, o desafio para a Conaero nos próximos anos é manter os padrões obtidos até agora. “Melhoramos a percepção coletiva dos passageiros sobre os nossos aeroportos, melhoramos as taxas de pontualidade. A grande tônica foi a promoção de operação conjunta dos órgãos públicos nos aeroportos. Precisamos intensificar isso com as empresas terceiradas, com as companhias aéreas. Talvez esse seja o nosso grande desafio”, confessou Guilherme Ramalho. “Os Jogos Olímpicos são um evento de complexidade muito diferente do que a Copa do Mundo de futebol. Não adianta nada o que fizemos, se o próximo erro significar uma catástrofe geral. Não temos espaço para errar.”
O subchefe adjunto da Subchefia de Articulação e Monitoramento da Casa Civil da Presidência da República, Pedro Helena Pontual Machado, afirmou, por sua vez, que o próximo desafio é trabalhar para atender às necessidades específicas dos usuários. “O aeroporto não é mais um lugar elitizado. Uma percepção de sucesso é: não houve desastre. Mas devemos pensar muito além disso”, considerou.
Informação
Para o representante da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Ricardo Sérgio Maia Bezerra, é preciso “rodar o Brasil” e fazer reuniões nos próprios aeroportos para que a informação chegue até os lugares mais longínquos do País. “Defendo o reforço na atuação das autoridades aeroportuárias e o nivelamento de conhecimento com os aeroportos, com mais rapidez na informação”, falou.
Representante do Departamento de Controle de Espaço Aéreo (Decea), o coronel-aviador Luiz Ricardo de Sousa Nascimento contou que a Central de Transporte de Órgãos Vivos, ativada em dezembro de 2013, foi um grande avanço da Conaero. “Não perdemos nenhum órgão durante a Copa do Mundo. Parece pouco, mas é muito para a família de um paciente que recebe um órgão, como um pulmão”, disse.
O coronel Nascimento afirmou, durante a oficina, que o Decea atuou em grandes eventos desde a criação da Conaero, sem problemas, tais como a Conferência Rio + 20 (2012), a Copa das Confederações (2013), a Jornada Mundial da Juventude (2013) e Copa do Mundo (2014).
Segundo ele, os resultados positivos levaram um tempo de preparo e planejamento do Decea e dos órgãos envolvidos, como a Infraero. “O planejamento da Copa do Mundo 2014 foi finalizado em março de 2014 e a malha das empresas aéreas entregue em junho de 2014. Temos a necessidade de finalizar o planejamento para os Jogos Olímpicos de 2016 em outubro de 2015. Temos certeza que com a expertise da SAC poderemos antecipar essa medida. Não adianta a gente chegar com o avião e não ter a escada ou o ônibus e a gente culpar um ente público”, explicou.
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Fonte: SAC/PR
19/11/2014
Foto: Elio Sales/SAC-PR
				
															

