Disputa pela TAP fica entre donos da Azul e da Avianca

O governo de Portugal informou, nesta quinta-feira, 21, que seguirá em negociações para a venda da companhia aérea estatal TAP apenas com os grupos controladores das empresas brasileiras Azul e Avianca. A terceira proposta, recebida na semana passada, do empresário português Miguel Pais do Amaral, foi excluída hoje pelo governo por não cumprir os requisitos mínimos exigidos no edital.

A partir de agora as negociações avançam com o grupo de investidores liderado pelo empresário David Neeleman, da Azul, e Germán Efromovich, da Avianca. As informações foram divulgadas pelo secretário de Estado das Obras Públicas do governo português, Sérgio Monteiro, em entrevista ao jornal português Expresso. A meta do governo português é fechar a venda da TAP até o fim de junho.

De acordo com o jornal Expresso, as propostas de Neeleman e Efromovich priorizam a capitalização da TAP, com injeção de recursos focados na renovação e expansão da frota, em troca de uma fatia de 61% na empresa. A TAP tem patrimônio líquido negativo de cerca de 500 milhões e precisa de uma injeção de capital. Segundo o jornal português, Neeleman propôs um aumento de capital entre 300 milhões e 350 milhões.

Além disso, a compra de 53 aviões de longo curso, ainda não encomendados, e um reforço de ligações da TAP dentro do Brasil. Já Efromovich, ainda de acordo com o Expresso, teria proposto uma injeção de capital de 250 milhões e a entrega de 12 aviões novos para a TAP que a Avianca já tem disponíveis – todos entregues ainda este ano. Ele também teria proposto a renovação da frota da PGA, subsidiária de aviação regional da TAP, após seis meses a tomada de posse.

No total, a proposta de Efromovich comtemplaria o acréscimo de 38 aviões ao grupo TAP e garantiria a chegada em 2017 de 12 aviões Airbus A350 já encomendados pela TAP, segundo o Expresso. O interesse dos controladores de Azul e Avianca pela TAP se justifica pela força das rotas entre Brasil e Europa, que responderam por 39% dos passageiros da empresa em 2014. A visão dos empresários é que é possível integrar os voos da TAP no Brasil com operações da Azul e da Avianca.

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