Dnata, da Emirates, desembarca no mercado brasileiro 

Por João José Oliveira | De São Paulo

O conglomerado de transporte aéreo Emirates, dos Emirados Árabes Unidos, desembarcou no mercado brasileiro de aviação com a aquisição da RM Ground Services, maior empresa prestadora de serviços aeroportuários em solo do país, por número de aeroportos atendidos. A compra foi realizada por meio da Dnata, a unidade de serviços de “ground handling” da holding de Dubai, companhia que faturou US$ 2,8 bilhões no último exercício fiscal. “O Brasil é o maior mercado aéreo da América Latina e o terceiro maior de aviação doméstica em todo o mundo. Nossa estratégia de expansão global, definida há dez anos, é principalmente baseada em aquisições. Então nada mais natural que fizéssemos uma aquisição no Brasil”, disse o vice-presidente da Dnata, Stewart Angus.

A RM Ground, que passará a se chamar Dnata, está presente em 24 aeroportos no Brasil, emprega 2,2 mil funcionários e tem como principais clientes TAM, Gol, Azul e Avianca, que pagam por serviços como manuseio de bagagem e cargas, movimentação de aeronaves em solo e de equipamentos. O mercado de serviços auxiliares às companhias aéreas movimenta R$ 1 bilhão por ano no Brasil, segundo a Abesata, que reúne as oito maiores do setor – entre elas a própria RM, além da Swissport, comprada este ano pela chinesa HNA, a mesma que adquiriu esta semana 23,7% da Azul. “O negócio da HNA com Azul mostra que acertamos ao apostar no Brasil olhando longo prazo. O potencial aqui é enorme”, disse Angus.

Essa é a primeira aquisição da Dnata nas Américas. Presente em 79 aeroportos do mundo, a companhia árabe vai usar o Brasil como plataforma de expansão em toda a América Latina.

Segundo Angus, o atual patamar de câmbio no Brasil, com o dólar na casa de R$ 4 fomentou movimento de fusões e aquisições no país.
Nos últimos dez anos, a Dnata comprou empresas de serviços auxiliares da aviação em Cingapura, na Austrália, no Reino Unido e na Suíça. Apenas no ano passado, a companhia gastou US$ 140 milhões em expansão. Segundo apurou o Valor, a compra da RM no Brasil foi um negócio da ordem de R$ 70 milhões. O fundador e principal executivo da RM Ground, Ricardo Morrisson, que continua como presidente da operação brasileira da Dnata, disse que a maior parte dos recursos vai para investimentos. “Vamos aumentar nossa base de clientes”, afirmou.

A Dnata também tem unidades de negócios que fazem “catering” – fornecimento de alimentos e bebidos a bordo – e ainda opera agências de viagens. O executivo do grupo árabe não descarta buscar oportunidades nesses segmentos no Brasil. “Neste momento não estamos olhando isso. O foco é tornar a operação de ‘handling’ a melhor do país. Mas não podemos descartar essa possibilidade”, disse Angus, quando perguntado sobre a hipótese de o grupo Emirates fazer outras aquisições no setor da aviação brasileira após a aquisição da RM.

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