Gol, TAM, Azul e Avianca têm perda de R$ 1,56 bi até junho

Por João José Oliveira | De São Paulo

As quatro maiores companhias aéreas do país acumularam no primeiro semestre deste ano prejuízo líquido de R$ 1,56 bilhão, quase o triplo da perda apurada em igual período de 2014. A Gol teve o resultado negativo mais forte, seguida por Azul, TAM e Avianca. Líder e vice-líder da aviação brasileira, TAM e Gol, que já tinham apresentado balanços por serem empresas de capital aberto somaram perdas de R$ 183 milhões e R$ 1 bilhão, respectivamente, entre janeiro e junho deste ano. No ano passado, as duas tinham perdido R$ 38,1 milhões e R$ 305 milhões.

Já os dados de Azul e Avianca foram divulgados na sexta-feira pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Empresas de transporte aéreo público regular e não regular de passageiros com participação de mercado relevante são obrigadas a apresentar à agência suas demonstrações contábeis. A Azul, terceira maior do país, perdeu R$ 329,2 milhões apenas entre abril e junho. No mesmo período de 2014 havia apurado lucro de R$ 12,3 milhões. A companhia elevou a receita líquida entre abril e junho deste ano em 10,35%, a R$ 1,397 bilhão. Mas os custos avançaram 25,8%, a R$ 1,292 bilhão, levando a um resultado operacional negativo de R$ 91,4, ante ganho de
R$ 87,2 milhões um ano antes.

Nos seis primeiros meses deste ano, a Azul acumulou perda líquida de R$ 236,7 milhões, ante um saldo negativo de R$ 99,3 milhões registrado entre janeiro e junho de 2014. No dia 30 de junho, a Azul tinha caixa de R$ 451,9 milhões, ante R$ 366,9 milhões em 31 de dezembro, e R$ 674,2 milhões em empréstimos e financiamentos. A Avianca teve no segundo trimestre deste ano prejuízo de R$ 48 milhões, 10% menos que a perda de igual período de 2014. A aérea controlada pelos irmão José e German Efromovich, elevou a receita em 16%, a R$ 579,9 milhões. Mas os custos dos subiram 8,8%, a R$ 505,3 milhões, e as despesas financeiras pularam de R$ 32 milhões entre abril e junho de 2014 para R$ 85,6 milhões em igual período de 2015.
No primeiro semestre deste ano, a Avianca Brasil acumula perdas de R$ 38,6 milhões, ante um prejuízo de R$ 63,3 milhões no primeiro semestre de 2014. A aérea detinha em 30 de junho apenas R$ 2,8 milhões em caixa ante US$ 964 milhões em compromissos futuros assumidos decorrentes da contratação de operações de arrendamento de aeronaves e motores.

Com os dados revelados por Azul e Avianca ganha corpo a expectativa de que a aviação brasileira feche 2015 com perdas de R$ 3 bilhões, como aventou o presidente da Gol, Paulo Kakinoff no fim de setembro. Especialmente porque a conjuntura não melhorou no segundo semestre. Em agosto, a demanda doméstica pelo transporte aéreo caiu 0,4% comparada com o mês de 2014, a primeira retração do setor após 22 meses consecutivos de crescimento.

Segundo a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), que representa TAM, Gol, Azul e Avianca, a escalada do dólar ante o real inflou os custos das empresas em 24%, uma vez que 55% das despesas do setor são em moeda americana. Já a receita das companhias cresceu bem menos, só 3,7% no ano.

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