O secretário de Articulação para Investimentos e Parcerias do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), Marcelo Allain, avalia que, caso a instabilidade política verificada atualmente no país persista pelos próximos meses, o cronograma de leilões e concessões de projetos de infraestrutura deverá sofrer atrasos.
“No pipeline, os próximos leilões ocorrerão em setembro e outubro”, destacou Allain, durante participação no 15th Brazil Issuers & Investors Forum, promovido pela LatinFinance. “Tendo mais clareza na situação política, os leilões podem ser bem-sucedidos, mas se tivermos uma confusão maior, provavelmente não. Aí, teremos atraso nos projetos.”
Apesar das incertezas, Allain ressaltou que o PPI continua trabalhando nos bastidores para que os cronogramas sejam cumpridos, atuando na estruturação e modelagem dos projetos. “Creio que, até os leilões, teremos uma tranquilidade maior do ponto de vista dos investimentos.”
O secretário afirmou que o governo trabalha com a perspectiva de realizar novos leilões de aeroportos, mas ressalta que ainda não há uma definição sobre quais ativos poderiam ser concedidos ou qual o modelo das próximas licitações.
Allain avaliou que o leilão dos aeroportos de Salvador, Fortaleza, Porto Alegre e Florianópolis, realizado em março, foi bem-sucedido e atraiu players internacionais, viabilizando a modernização da rede aeroportuária do país. Por outro lado, o secretário ressaltou que outros aeroportos precisam de investimentos, e que a Infraero não possui recursos próprios para isso.
“Então, faz todo sentido que novos aeroportos sejam oferecidos para concessão”, disse Allain. “Dado que os últimos leilões foram bem-sucedidos, isso abre o horizonte para pensarmos maior, de modo mais ambicioso que no passado.”
Segundo o representante do PPI, apesar do direcionamento apontar para mais concessões de aeroportos, é necessário levar em conta a sustentabilidade da rede da Infraero, uma vez que a retirada de novos ativos da carteira da estatal não pode comprometer a saúde financeira da empresa (Da redação com agências).
Fonte: Diário de Pernambuco