Por Tatiane Bortolozi | Valor
SÃO PAULO – A companhia aérea alemã Lufthansa não pretende reduzir a capacidade ou os voos para o Brasil neste ano, apesar da desaceleração econômica, disse o diretor comercial Jens Bischof, em visita à América Central e do Sul. O executivo participou ontem, quinta-feira, de almoço com jornalistas em São Paulo.
Bischof disse que a companhia tem confiança no país e o cenário de longo prazo não muda. O diretor comercial defendeu o Brasil como mercado estratégico e disse que a empresa pode aumentar a capacidade nos próximos anos, mas vai esperar as oportunidades certas e avaliar a situação econômica.
A companhia não cogita aumento de tarifa – “pois não acompanhariam a situação atual do
consumidor brasileiro” – e afirma não ser necessário fazer descontos.
A Lufthansa opera quatro rotas entre o Brasil e a Alemanha, três com partidas de São Paulo e uma do Rio de Janeiro.
O grupo vai trocar em 2016 a aeronave operada pela Swiss no voo entre São Paulo e Zurique. O Airbus 340 será substituído pelo Boeing 777, com mais assentos. As demais rotas para a Alemanha utilizam o novo Boeing 747-8, segunda maior aeronave de passageiros do mundo, com capacidade para 386 passageiros.
Questionado se a empresa planeja comprar novos aviões da Embraer, Bischof disse que não há aeronaves da brasileira nas novas encomendas. Por enquanto, a empresa também não tem planos de adicionar rotas para o Brasil.
A entrada da Avianca Brasil na Star Alliance, maior aliança global de empresas aéreas, da qual a Lufthansa é membo, foi considerada positiva por Bischof. “Há muito potencial para a empresa crescer e aumentar a competitividade”.
Já a aquisição da aérea portuguesa TAP pelo empresário David Neeleman foi considerada um movimento racional, mas não preocupa a Lufthansa, que concentra as operações no centro da Europa e na Ásia.
O foco da companhia está nas ofertas de primeira classe e o diretor comercial afirma que a
oferta de um produto de elevada qualidade é uma oportunidade para ganhar mercado neste momento.
A Lufthansa divulgou ontem os resultados do primeiro semestre. O lucro líquido somou
954 milhões de euros, ante prejuízo de 79 milhões de euros na primeira metade de 2014.
A receita líquida subiu 8,5%, para 15,4 bilhões de euros. As receitas de tráfego aéreo
totalizaram 12,1 bilhões de euros.
Fonte: VALOR